quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

O deserto do homem e o de Deus



Há dois tipos de deserto: o do homem e o de Deus. O deserto do homem é conduzido por si mesmo, e tem como objetivo puni-lo pelas faltas cometidas.
É o caso, por exemplo, da pessoa punida com a prisão, por causa do seu roubo; do acidentado, porque conduziu seu carro embriagado, e a por aí adiante.
Normalmente, quando a pessoa está num deserto humano, costuma culpar a Deus pela sua situação infeliz. Mas ela se esquece que a sua estada ali é culpa exclusivamente sua. Foi ela mesma que se dirigiu para o deserto!
A Palavra Deus tem ensinado e advertido quanto ao cuidado de se plantar sementes. Os frutos dependem da qualidade das sementes. Se há desprezo pelo conhecimento e pela prática da Palavra, qual a culpa de Deus dos desertos humanos? Ele ensina: “Aquilo que o homem semear, isso também ceifará.” (Gálatas 6.7).
O Senhor nos tem dado inteligência e capacidade para decidirmos o tipo de futuro que queremos para nós e nossos filhos. Se plantarmos obediência à Sua Palavra, colheremos os frutos dessa obediência; mas se a desprezamos, também suas promessas nos desprezarão!
Já o deserto de Deus é conduzido pelo Espírito Santo e tem outro objetivo, que não a punição: preparar o servo para a obra para a qual ele foi escolhido.
Ao longo da História vemos patriarcas, profetas e líderes em geral de Israel sendo levados por Deus aos seus respectivos desertos, antes de serem usados por Ele.
O Senhor Jesus é o exemplo mais evidente disso, porque após ter sido batizado nas águas, e ter recebido o Espírito Santo, foi guiado pelo mesmo Espírito ao deserto, para ser tentado.
Moisés também é outro exemplo típico. Seus primeiros quarenta anos foram vividos como príncipe, no Egito. Seus quarenta anos seguintes foram vividos como servo de seu sogro, no deserto. Somente após esse tempo de preparo é que viveu seus últimos quarenta anos como verdadeiro servo de Deus.
A passagem pelo deserto de Deus é proporcional à grandeza da obra a ser realizada.
Se para alcançar a salvação eterna e definitiva a passagem pelo deserto já é obrigatória, imagine para se fazer a Obra de Deus! Claro!
Para a pessoa se converter ao Senhor Jesus, ela precisa ser liberta de si mesma e dos demônios que vêm atuando em sua vida. Há uma verdadeira guerra a ser travada por ela e em favor de si mesma. Quando, porém, ela se predispõe a servir a Deus, e abraça a causa da salvação de outros, obviamente terá de enfrentar o número de demônios multiplicado pelo número de almas que deseja alcançar.
Se a salvação pessoal tem o custo renúncia da própria vida, imagine a salvação de dezenas, centenas, milhares, milhões e bilhões! Quer dizer: quanto maior o número de pessoas a alcançar, maior será o sacrifício da renúncia e, consequentemente, maior o deserto.
Agora fica mais fácil entender o sacrifício dos jejuns; das orações; das perseguições; das injustiças; das humilhações; enfim, do deserto de Deus. Pois se a pessoa que é chamada por Ele não suportar as pressões espirituais do deserto e fugir, certamente não poderá servir como Sua escolhida.
Se não suportar as dificuldades do deserto a que foi conduzida pelo Espírito de Deus, como ajudará as demais pessoas nos seus respectivos desertos?
Além disso, não há teste escrito, ou oral, para se saber se as condições espirituais dos candidatos à Obra de Deus estão de acordo com as exigências. É imperiosa a necessidade de passarem pelo deserto de Deus, para serem ou não eleitos.
Moisés não sabia que tinha sido escolhido, e nem que estava sendo preparado, mas o Senhor Jesus sim.

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